Ele respondeu que fazia o que podia, mesmo sendo pouco, para ajudar, e os outros
ficaram calados...
É isto que vos peço: uma história em que alguém dá o exemplo de, mesmo sendo uma
gota num oceano, acreditar na sua missão
de lutar pela mudança, pela vida. Será a nossa forma de entrar no novo
ano.
Eu
levo isto muito a sério, saiu assim:
Desistir, nunca. Enquanto tivesse forças para isso,
continuaria a levar, de manhã, pão quente à junta de freguesia, o pão do último
forno de lenha da aldeia, em risco de ser engolido pelos gigantes da
pastelaria. Primeiro, contagiou os funcionários. Esperavam por ela com prazer,
depois solidariedade. Depois, o presidente, que a quis conhecer. Leu nos seus
olhos uma vida de dedicação. Compreendeu. Era uma mais-valia da aldeia. Um ponto
diferenciador. Sorriu-lhe: iriam juntos salvar aquele forno.
Margarida
Fonseca Santos, 58 anos, Lisboa