A noite já ia longa, sacudiu o capote fazendo saltar gotas
de água que mais pareciam missangas transparentes e geladas.
A omelete de espargos ia saber-lhe que nem ginjas, ia
aquecer-lhe a alma e apaziguar o grito do estômago há muito
vazio.
O trepar lânguido do gato para o colo, deu-lhe alento para
escrever na página em branco a palavra saudade e desenhar uma
rosa.
Engoliu em seco, doeu como se tivesse um funil enfiado na
garganta.
Manuela Branco, 62 anos, Alverca
Desafio nº 151 ― palavras com
espargo
Sem comentários:
Enviar um comentário