13/12/18

Manuela Branco ― desafio 151


A noite já ia longa, sacudiu o capote fazendo saltar gotas de água que mais pareciam missangas transparentes e geladas.
A omelete de espargos ia saber-lhe que nem ginjas, ia aquecer-lhe a alma e apaziguar o grito do estômago há muito vazio.
trepar lânguido do gato para o colo, deu-lhe alento para escrever na página em branco a palavra saudade e desenhar uma rosa.
Engoliu em seco, doeu como se tivesse um funil enfiado na garganta.
Manuela Branco, 62 anos, Alverca
Desafio nº 151 ― palavras com espargo

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