11/12/18

Maria Loureiro - desafio 156


Alguém da vizinhança brindou-nos um gatito, através da sebe do quintal.
Lembro-me que à noite lhe demos as sobras do frugal jantar. Vivia-se em guerra, tudo escasseava, só a insegurança e o medo, mas também a coragem, eram grandes. O gato, solidário, deve ter assobiado aos familiares… nos dias seguintes contavam-se catorze…
O solidário ganhou o direito de ser único a entrar em casa, detestava festinhas com as mãos, deliciava-se quando, sentados a estudar, o acariciávamos descalços.
Maria Loureiro, 63 anos, Lisboa
Desafio nº 156 – hist de animais sem P 

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