Enterrando até às orelhas o velho boné às riscas, tão sebento e
cheirando tanto a mofo, Samuel
atento, pousou silencioso o fagote
na mesa e apontou cautelosamente a fisga
em direção à mosca solitária que
teimava em pousar no saco de cereal
que abandonara no chão. Errou o alvo.
Ficou muito desanimado e perdeu o rumo:
tinha que praticar. Abusara do azeite ao almoço, esse vício tóxico que lhe dava volta à tripa e o deixava enjoado.
Natércia Tomás, 65 anos, Caldas da Rainha
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