O Postilhão
De uma distância abissal,
Ouviu-se um tiro certeiro
Que com fragor colossal
Acertou num cavaleiro.
O pobre tinha a jaleca
Cheia de sangue a jorrar,
Montava uma pileca
Que não se quis levantar.
Soube-se ser postilhão,
E a multidão ululava,
Cheia de indignação
Pela justiça que falhava…
Viram cartas da Gertrudes,
Casada com o doutor,
Uma mulher de virtudes,
A dormir com o Regedor!...
Vai-se agora investigar
Essas cartas de traição…
Quem quereria matar
O secreto postilhão?...
Maria do Céu Ferreira, 63 anos, Amarante
Desafio nº 146 ― palavras que não usamos
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