Ora bolas! Até quando tenho que ficar aqui? A culpa é do armeiro que me
construiu sem robustez suficiente, da tempestade que nos fustigou, do
comandante que não me soube manobrar, do rochedo estúpido que se atravessou na
rota, de Deus, do Diabo, sei lá. Eu, que devia estar agora a singrar os mares,
veloz e soberbo, aqui estou, esquecido, ignorado, substituído, reduzido a
esconderijo de peixinhos idiotas. E se nunca me encontrarem? Se nunca me
descobrirem?
Natércia Tomás, 65 anos, Caldas da
Rainha
Desafio nº 164 ― imagem de navio
afundado
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