19/03/19

Isabel Lopo ― desafio 166


Elias o tolo vivia tão só.
Presença inquietante, andar desafinado,
lá longe, na serra, que metia dó.
Sentia-se triste, velho, abandonado.
À  noite, porém, era um outro ser,
decorava palavras, frases, poesia...
À luz da vela, num livro a ler,
Elias viajava, explorava, aprendia.
Um dia, na rua, leu num mural
poetas, escritores, podem concorrer...
Quem sabe, com sorte serei esse tal...
Resolveu arriscar, resolveu-se inscrever
E assim Elias, tolo e mal amado,
Tornou-se famoso, velho respeitado!
Isabel Lopo, Lisboa
Desafio nº 166 – Elias de Caramuja

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