O caso era surpreendente, a Ana
era chiquíssima, vivia cheia de
luxo. Gastava tudo em inutilidades que dizia essenciais: a roupa amarela como o sol, pintassilgos para a varanda da fachada, até um prato envelhecido
(há um mês). Superficialmente só,
sem sentir o vazio. Alegremente trapaceira disfarçava a sua vida sem rumo, inadvertidamente resiliente
numa caminhada escurecendo o seu ser até desaparecer.
Agora chora disfarçadamente por
entre as cerejeiras já em flor.
Pobre Ana, chiquíssima e só.
Susana Silva, 37 anos, Carregosa
Desafio nº 168 ― o caso surpreendente
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