“Sou um bule rachado, sou sim senhor. E com muita honra!”, reclamava ele
de si para si. “É difícil chegar à minha idade sem mazelas. Sou muito
requisitado, claro. Sou o preferido de todo o serviço. Os outros bules ficam
cheios de inveja. Entro em ação sempre que uma visita vem cá a casa. Sirvo chá
como ninguém! Posso afirmar que tenho uma vida cheia”. Terminada esta
lengalenga calou-se, cansado e solitário, naquela prateleira vazia e
empoeirada.
António Azevedo, 53 anos, Lisboa
Desafio nº 4
– começando a frase “Sou um bule rachado, sou”
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