Observava as capas dos livros, folheava um, outro, ponderando a compra, até
que, a meio duma página, depara-se-lhe uma frase sublinhada a vermelho ― “Antes
que a neve derreta, será impossível” ― na margem, uma pá e um saco desenhados
toscamente.
“Comigo não há impossíveis”, ouve murmurar atrás de si. Estremece e,
assustada, larga o livro, precipita-se para a rua, chama um táxi; dentro, o
motorista, olhando-a interrogativamente, estende-lhe um par de luvas para a
neve, “Acha que servem?”
Helena Rosinha, 66 anos, Vila Franca
de Xira
Desafio nº 171
― antes que a neve derreta
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