Sentada
na muralha, avistei-te ao longe. Aproximavas-te devagar, ao contrário dos
outros dias em que saltavas, animada, contagiando todos com o teu entusiasmo.
Corríamos, então, para te ver de perto, queríamos tocar-te, sentir a tua pele
macia. Hoje, porém, as ondas trouxeram para terra o teu corpo
desfalecido.
Amanhã, os média reportar-te-ão
como mais uma vítima de agressão selvagem, consentida. Nós, os humanos, os
poluidores do costume, continuamos, displicentemente, a espalhar pelos oceanos
o plástico da morte.
Helena Rosinha, 66 anos Vila Franca de Xira
Desafio nº 174 ― história de Bullying
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