Aurora, ladina e traquina, filha do mundo, tecia, com as suas já
habituais pantominices, risos, na face de quem a ouvia, estonteantes e
bem-dispostos.
Cresceu, tornou-se menina mulher, libertando-se da garotice de
outrora, e partiu.
Acordes entristecidos dominaram assim quem a conhecia. Nunca ninguém
soube o destino que tomara.
Dantes, Aurora menina, surgida do nada, adocicava ouvidos distraídos,
perdidos em rotinas de vida,mas silenciados, por momentos de
ausência não esperados.
Agora? O vazio e muita tristeza.
Luz Câmara, 58 anos, Coimbra
Desafio nº 173 ― «atrelando-me»
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