Todo o mar num último relance.
Odeio despedidas - mexem com
os sentimentos - mas esta é a derradeira. Não sobreviverei longe da razão da
minha existência, sei-o bem. É o fim de dias, noites de vigia, perscrutando mar
e céus; o fim das rondas com a arara, companheira de cativeiro,
palrando empoleirada no meu ombro.
Ao largo, as gaivotas gritam a
mágoa que me preenche. Com o novo radar, eu, Natan,
velho faroleiro, tornei-me obsoleto. O vazio aguarda-me.
Helena Rosinha, 66 anos, Vila Franca de Xira.
Desafio nº 183
― 3 ou mais palíndromos no texto
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