24/04/20

Alex Santi ― desafio 205


Numa noite de primavera fria, o vento corrói os cantos da casa situada no alto dum monte. A solidão penetra, insistentemente, pelas frestas das portas e das janelas partidas. A casa é o que restou, duma gente que se perdeu. Dentro, em cada objeto deixado para trás, um sinal restante de quem já não existe, vinte anos se passaram, tudo está exatamente no mesmo lugar. No quarto, sobre o aparador, jaz um pente velado pelo pó inerte.
Alex Santi, 28 anos, Ericeira 
Desafio nº 205 ― sílaba TE

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