“Um milagre guardado na esperança...”, disse Samuel. Um
palavreado esquisito que eu não entendia. Olhei para ele desconfiado e corri
porta fora, a brincadeira esperava-me. Via-o sempre por lá, nas minhas férias,
logo, também ele estaria de férias. Mas não, não eram férias, sei-o agora;
fugido da fome, da guerra, encontrara na quinta e nos meus avós a casa e a
família perdidas. O que à época me soara “esquisito” traduzia, afinal,
agradecimento e alegria de viver.
Helena
Rosinha, 67 anos, Vila Franca de Xira
Desafio nº 212 ― Frase de Valter Hugo Mãe
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