O homem estava a ruminar a sua raiva. As palavras queriam saltar-lhe pela boca, a língua estava prestes a lançá-las cá para fora, mas alguma coisa em si dizia para se acalmar. Tentou engolir as palavras, mas elas não lhe passaram do pescoço, ficaram ali como uma gravata muito apertada que não o deixava respirar. Até que não conseguindo mais conter a sua enorme força, saíram aos berros como um vulcão em erupção:
– Oh, Freitas anda cá!
Fernanda Malhão, 44 anos, Gondomar
Desafio nº 83 – texto sobre imagem de Francisca Torres
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