Solidão
Zangada com o mundo, vive, tentando nunca o cruzar. Sob a cidade de dia, sobre ela à noite, quando, apenas o silêncio e a escuridão a habitam, vagueia, definhada, purgando desabafos que só ela entende, escarnecendo não sabe de quê. E antes da luz do dia, de fel atestado e a ilusão da grandeza, esgueira-se para os despejos. Evadida, não só do mundo, mas também de si, carpe a solidão, cada vez mais longe de a serenar.
Ana, 41 anos, Mealhada
Desafio nº 221 – imagem da passadeira
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