Passava por ali sozinho, naquela noite fria de inverno.
Viu aquela tampa de esgoto, fumegando, encolheu-se em cima dela, esperando que lhe aquecesse o corpo e alma. O corpo, porque era inverno. A alma, porque o destino levara-lhe tudo o que tinha, incluindo os pais, seu bem mais precioso.
Até que alguém parou. Levou-o, prometendo-lhe que o faria feliz para sempre.
De vez em quando, passa naquela passadeira, lembrando aquela noite fria de inverno, que jamais esquecerá.
Natalina Marques, 61 anos, Palmela
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