A vizinha do 5º andar
Sempre fora vulnerável aos encantos da vizinha do 5º andar. Em premente agonia, esperava-a, no rés-do-chão, quando ela descia no elevador. Tremia só de imaginar que lhe poderia dirigir a palavra. Pensar nela, a todo o momento, impedia-o de qualquer outra acção. Pretenciosamente, mostrava modos demasiado educados, ridículos aos olhos dos outros. Mentia quando lhe chamavam a atenção para o seu procedimento. Um dia, usou artes, convidou-a para um café e, inesperadamente, ela aceitou. Que alegria!
Elsa Alves, 72 anos, Vila Franca de Xira
Desafio nº 163 ― palavra grande gera mais 6
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