Sentia-se cercada por janelas e telhados de vidro, uma redoma frágil, que a protegia sem a impedir de ver o que se passava no meio exterior. mas que ao mesmo tempo a impedia de contactar verdadeiramente com a realidade. Sentiu imensas vezes dedos baterem de leve no vidro como se a tivesse, a chamar: Anda... sai desta vida! Fingiu não ver. Só muito depois ganhou coragem para abrir essa janela e a oportunidade já tinha ido embora.
Fernanda Malhão, 44 anos, Gondomar
Desafio RS nº 25 – dedos que batem no vidro (cena)
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