A vida caía-lhe aos pés todos os dias, aqui e ali, em cada passo, cada momento.
Melhor dizendo, tropeçava em vidas. Umas vezes mistério, outras epifania, discreta pétala ou inesperada moeda, beleza natural ou obra humana, eram pedaços de alheio vindos ao seu encontro.
Quanto mais a vida avançava, mais reparava nestes acasos. Começou a dedicar-lhes as pequenas paragens dos passos adiante. Detinha-se, observava, flexionava ligeiramente os joelhos, estendia o braço, agarrava.
Vida agora sua, levantada, literalmente.
Celeste, 60 anos, Santarém
Desafio nº 240 – a vida caía-lhe aos pés
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