A mãe de Lúcia inspirava o ar limitado, em profunda dor.
Simultaneamente, o filho menor rumava à cidade, pedia atenção – Lúcia, quanta dor?
O desfecho – a dor para sublimar, cumprir os requisitos, amparar o pequeno.
O pai do descendente – calado, ausente, fugitivo – não existiu, desprezou toda a dor.
Em redonda dor, de coração desfeito - trémula, quebrada, amparou-se na alma.
Despertou, iluminou-se, arrancou violentamente a dor - com Deus, trocou-a pelo amor maternal.
Desprotegidos, desbravaram a cidade, cortaram difusas neblinas, aquietaram silenciosamente a dor.
Isabel Sousa, 40 anos, Lisboa
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