A luz fraca, a ausência temporária da vigilante, propiciaram a fuga. Esgueirou-se pela fenda, há muito identificada, sem medo, sem horizonte senão aquele que se oferecia para lá da vedação: desbravar caminhos, respirar a liberdade. Correu em direcção ao farol, acreditando que venceria a batalha. Deixava para trás a infância perdida, os abusos, a violência das supervisoras, o matraquear infernal das tecedeiras, das máquinas de tricotar. Consigo, levava a esperança e os sonhos. Esses nunca a abandonaram.
Helena Rosinha, 69 anos, Vila Franca de xira
Desafio nº 257 – sequência de palavras (até tricotar)
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