Sem nada dentro, como?
A dúvida permanecia. Um facto evidenciava o contrário.
Sem nada dentro estava o saco das compras. Já não tinha dinheiro para o encher.
Sem nada dentro ficaram as estantes que outrora abrigavam os seus livros. Vendeu-os para encher o último saco.
Sem nada dentro seguiam, a passos curtos, aqueles que ainda mais vazios esperam em longas filas para quase tudo.
Mas ela? Como?
O espelho, único objecto restante, continuava a mostrá-la inteira. Intacta!
Cristiana Rodrigues, 39 anos, Lisboa
Desafio nº 228 – «sem nada dentro»
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