O entusiasmo não refreava. A cabeça era um fio, enrolado, intempestivo, de onde saíam as palavras. Eram mãos cheias de ideias que, em catadupa, se atropelavam. As que tinham interesse e as outras. Palavras vivas, poderosas e palavras mortas, monótonas, todas galgavam frases, linhas e parágrafos. Aterravam, inesperadas, por vezes inconscientes, em páginas que se contorciam, num nervosismo invisível. Instintivamente, juntas, ensaiavam a história, trasvestiam-se, num instante heroínas, noutro vilãs. Depois, serenaram e arrumadas formaram o livro.
Zelinda Baião, Algés
Desafio nº 265 – palavras com i+n+s+e
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