Licínia vive numa casa velha, genuinamente velha, tem voz, suor e afetos dos antepassados. Ela ama-a!
O antigo jardim exibe palmeiras, semelhantes àquelas que saudaram Jesus Cristo na cidade Santa. Rejuvenescem o terreno, baloiçam com o vento Norte, entoando melodias eternas.
Abundam portas e fechaduras, relembrando a imagem do antigo esplendor. Licínia transpõe-nas, a ferrugem puxa-lhe ocinto, entristece-se, enternece-se e sonha.
Na janela, entre mar e serra, um pássaro espantado recolhe migalhas, despedindo-se em alegre chilreado.
Esmeralda Monteiro, 30 anos, Santarém
272 – palavras encadeadas, com palmeira
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