Serpenteavam, diariamente, cada espaço. Subiam e desciam, num frenesim constante. Habitavam interstícios. Por vezes, detinham-se numa narrativa mais empolgante, tentando desvendar um mistério, enredar-se numa aventura ou num drama, perder-se numa viagem, deslumbrar-se com uma paisagem ou, então, decifrar esquemas complexos, teorias, tratados eruditos, devoções ou, ainda, sonhar com versos, rimas e estrofes. Serviam-se de histórias, bebericavam ideias e enchiam-se de pensamentos que cada relato proporcionava. Cada livro, um acontecimento. Nas estantes, os bichinhos dos livros deliciavam-se!
Zelinda Baião, 55 anos, Linda-a-Velha
266 – excerto de Isabel Peixeiro
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