21/07/15

Os príncipes

Um clarão de mil asas de cisne encheu o lago de luz. Da incubadora uma porta abriu-se e bateu  com um ruído cavo. Girinos, já sem rabo,  ziguezagueando instalaram-se entre o algodão de penas na vaidade de serem aves. Fadaram-nos com pernas longas  para que a ilusão se realizasse em curtos voos, mas o vaticínio continha veneno: serem a eterna antítese da beleza.
Porém, tudo tem em si o seu contrário e a literatura transformou-os em príncipes.

Maria Jorgete Teixeira, 65 anos, Barreiro
Desafio nº 94com clarão, porta a bater e ilusão


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