30/01/17

Desafio nº 115

Dia de novo desafio, preparem-se.
Desta vez, não será um quebra-cabeças, mas sim um pedaço de um livro genial.

Não resisti a trazer-vos uma frase de Valter Hugo Mãe, 
do livro «Homens imprudentemente poéticos», que estou a ler com paixão. 
Nem sequer foi simples escolher a frase! Aqui vai:

Esperaram pelo sono para se mudarem para o dia seguinte.

O que vos surge? Não usem a frase, é só o mote para o texto.
E, já agora, parabéns ao Valter Hugo Mãe, é um livro de uma poética inquietante.

Eu escrevi assim:
Corpos encolhidos por hábito. Era assim que pareceriam a quem os visse. As sombras, desenhadas pela fogueira, acrescentavam-lhes um movimento que não possuíam. Aproveitando a distração da fome, causada pelas bagas impossíveis de mastigar, mudaram de página, de dia, de sofrimento. Dormiram na esperança de não voltar a acordar. Contudo, a noite atraiçoou-os. Emprestou-lhes um descanso que os obrigaria a continuar caminho. E eles, por hábito, assim fizeram. Se alguém os visse, acreditaria na morte que desejavam.
Margarida Fonseca Santos, 56 anos, Lisboa
Desafio nº 115 – frase de Valter Hugo Mãe
EXEMPLOS

18 comentários:

  1. Sensacional tua hisTÓria e mote...ADOREI! BJS, LINDA SEMANA! CHICA

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  2. Oi Margarida!

    Inquietante mesmo esta proposta! Gostei. rsrs

    Beijo!

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    1. ;) Pois, havia tantas frases deste livro para trazer...
      Um grande beijinho amigo

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  3. Adorei... Como joga com as palavras! Obrigada. Beijinho.

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    1. Venha daí uma história, vá. É tão bom ;)
      Um beijinho

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  4. Olá Margarida querida, amei seu texto de muita inspiração e uma construção emocionante de bela.
    Há que se aplaudir amiga.
    Vou levar e buscar participar pela pintura de desafio.
    O livro um despertar de curiosidade.
    Um abração com carinho.
    Bjs de paz.

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    1. Obrigada, querido amigo, que bom receber esta sua mensagem.
      Sim, venha daí esse texto.
      Um grande beijinho

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  5. Ola amiga, enviado para seu email.
    Bjs

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  6. Nada daquilo tinha sentido.
    Até um simples arrepio era uma construção. Aquele gente perdera a noção do bem, como se amar Lucifer fosse amar Deus. Ou seria?
    Tempos estranhos, de pesadelos acordados. Queria sair deste tempo e acordar amanhã, com o cheiro a musgo, a musica do mar e o gosto a sal, o olhar profundo de um abraço.
    Da janela do meu mundo, do terraço do vento que me inibriava, assim ia dando alimento à alma, grilhetas à mente mundana, egoista - cavalgando os prados da memória em torpor da matéria em que existia.
    E nestes saltos do Ser e do Ter, nesta busca de um amanhã mais amigo, vou sonhando!

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    1. Rui, não é aqui que envia as histórias. Envie por mail, para 77palavras@gmail.com, com nome, cidade e idade, pode ser? Obrigada.

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  7. Gostei da frase e da sua resolução!
    Lindo!

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    1. Obrigada, Celina. O livro do Valter Hugo Mãe está cheio de frases assim, lindas.
      Um grande beijinho

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  8. Já li o «remorso de baltazar serapião» e a "Desumanização" do Mãe. São livros absolutamente geniais. Apaixonei-me perdidamente pela sua escrita. O «Homens imprudentemente poéticos» já está na estante :)

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    1. Pronto, estás «contagiada» oficialmente! Excelente.
      Um grande beijinho para ti!

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  9. Que lindo texto Margarida. Também adoro o Vater Hugo Mãe, tenho esse livro à espera impaciente na prateleira. Se esse livro inspira textos como esse teu maravilhoso, vou já começar a lê-lo assim que terminar os dias uteis da Patrícia Portela. Um enorme abraço para ti. A ver se é desta que junto as minhas palavras às vossas histórias. Tenho vontade. Falta-me o tempo e a disciplina, sobretudo a disciplina.

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    1. Prepara-te, vai ser uma viagem, o livro é fantástico.
      E anda daí, é muito divertido, sem exigências para além de fazer escrever. :)
      Um grande beijinho

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