03/06/11

junho 2011 - pais


Podia pensar que eram boatos, ou podia pensar que diziam verdades. Freitas nunca ouvira o que se dizia. Limitava-se a adivinhar. Os dias passavam, cheios de palavras escondidas. Reconhecia rostos inquisidores a cada instante. Preocupou-se. Preocupou-se até àquele dia:
– Ó Freitas, é mesmo verdade que você faz voluntariado nos tempos livres?
Respondeu que sim, desconcertado.
À volta, rostos que o observavam, impressionados. E uma palmada nas costas atirou-lhe as dúvidas ao chão. Diz-se que nunca mais voltaram.
(texto: Margarida Fonseca Santos; ilustração: Francisca Torres) 

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