– Então? Não vens dormir?
Clara sorriu. Ia, mas parara ali, encostada à porta, a
espiar o sono do Filipe.
– Ele não foge, sabes? – gozou o marido.
– Juras? Mesmo…?
Não era uma pergunta, era uma brincadeira. As pernas mal cabiam
na cama, o quarto estava num desalinho, os posters enchiam as paredes e os
sonhos. Estava quase no tempo de abrir a gaiola e deixá-lo voar.
O marido abraçou-a.
– Lamechas… – disse-lhe ao ouvido, tentando disfarçar os
olhos comovidos.
(texto: Margarida Fonseca Santos; ilustração: Francisca Torres)
(texto: Margarida Fonseca Santos; ilustração: Francisca Torres)
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