"A planície estende-se mesclada de cores, como se o pintor distraído tivesse aproveitado as pétalas para limpar os pincéis. Uma vez por outra, ergue-se uma árvore, que solitária dança ao sabor do vento com tal elegância, que lamentamos não possa desprender-se e expressar abertamente o sentimento de liberdade ao longo da planura.
O céu colabora neste bailado pintalgando-se com pequenos farrapos brancos, que no seu esvoaçar desenham estórias que nos fazem sonhar.
Que lugar bonito para amar."
Quita Miguel, 52 anos, Cascais
Uma viagem inesquecível
Sei que as viagens podem ser feitas de carro, mas também podem ser feitas de sonhos e de leituras.
Quando abro um livro, desejo saber o que ele esconde. Essa ansiedade leva-me a uma grande pressão que só acaba quando chego à última página e deslindo o segredo anteriormente bem guardado.
Os livros têm sabedoria. São um tesouro, são o foguetão que me leva a viajar pelo mundo real ou num mundo de fantasia.
Patrícia Dias, 12 anos, Arrifana (Santa Maria da Feira), aluna do 7ºD na Escola Básica de Arrifana
A Amizade sofreu um grave acidente. Em país em que os bitates não usam coleira, logo milhentas vozes se ergueram quando se soube da notícia.
Houve quem culpasse a falta de atenção, a modernidade dos tempos, o estado decadente da paciente. Certo é que a pobre embateu no
caixote-do-lixo, atirada com fúria, amarfanhada, amarrotada. Acordou dias mais tarde, na sua casa de folhas, coberta de adesivos, após delicada operação cirúrgica. Recuperará. Palavras destas são como árvores perenes!
Elisabete Lucas, Lisboa, 40 anos
Os namorados
– Queres ser minha namorada? – pergunta-lhe ele, olhos profundos da cor da vegetação.
– Não!... – responde ela, olhos castanhos e ingénuos, brilhando como se a resposta fosse sim.
O sol aquecia levemente. A atmosfera estava impregnada de primavera. As madressilvas, em flor, cheirosas, dulcificavam o ar.
Eles caminharam lado a lado, olhando-se nos olhos.
Alguns anos depois…
– Aceita por mulher…….?
– Sim.
– Aceita por marido…….?
– Sim.
E viveram uma vida cheia. Repleta de um amor incondicional, intemporal, eterno.
+
Na piscina, «chapes» na água; cascatas de risadas!
Reminiscências do passado ecoam no meu cérebro. Fecho os olhos. Aquele retângulo de água azul estende-se, alarga-se numa imensidade de mar.
De mãos dadas, caminhávamos sobre a areia. Olhos nos olhos. Felizes…!
Lançávamo-nos pelo mar dentro e nadávamos, nadávamos até absorver toda a sua cor.
Estendo a mão procurando a água.
Toco a beira da chaise-longue onde estou deitada. Abro os olhos.
Tudo se desvaneceu. É APENAS A PISCINA.
Dorinda Oliveira, 71 anos, Arrifana
(Des)encontro
Olhou-a com o mesmo olhar do lobo quando encarou o Capuchinho Vermelho. Olhar de gula feroz.
Ela, ingénua e seráfica, esperava na esplanada combinada, flor no casaco, como combinado, lendo o livro combinado, à hora combinada.
Ele, como não fora combinado, vestia calças pretas, no lugar dos jeans deslavados, camisa preta, no lugar da azul de ganga, e trazia um não combinado chapéu preto, em vez do boné.
Ela viu-o. Não ligou.
Ele analisou-a. E gostou!!!
Ana Paula Oliveira, 51 anos, São João da madeira
Fico muito feliz por ver Arrifana tão bem representada! Continuem a escrever, não falta quem queira ler!
ResponderEliminarÉ verdade! Desde que começou o blogue, tem sido incrível a participação. Um grande beijinho
ResponderEliminarEntão esperem, que a procissão ainda vai no adro!
ResponderEliminar:)
ResponderEliminarJá estou a antecipar o que aí vem!!!
Bjs gds
:)
ResponderEliminarJá estou a antecipar o que aí vem!!!
Bjs gds