Médicos
diziam-lhe sempre, és sobrevivente. Da vida. Observação elogiosa, algo que conseguira, por si, extraordinariamente. Não
entendiam. Fizera o que devia fazer: boa filha, aluna, mãe, esposa, pessoa.
Era suposto ser de outra forma, porque a vida se apresentara demasiado ingrata:
obstáculos (quase) inultrapassáveis?! Crê, assim o pensaram. Expectável
seria a insanidade mental, distúrbios, ou marginalidade. Ouviu isto
sempre com enorme estranheza. Para si, pouco fizera na e com a sua vida. Sobrevivente és sempre!
Diziam-lhe médicos.
Isabel Pinto, Portugal
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