O sino repicou.
O prior, contudo, nem se mexeu.
“Que fingido!”, pensou Pedro, de joelhos, prosseguindo em prece, de
rosto contorcido e o responso no miolo, em retorno do seu pressentimento: “Isso
é bruxedo, homem!”
Esperou, esperou...
E só ouviu silêncio. “Desisto”, murmurou, metendo o terço no bolso.
Ergueu-se, benzeu-se e foi nesse segundo que o fusível estoirou mesmo, como
previu, e o Cristo de osso tombou do crucifixo.
“Eu bem disse!”, gritou.
E o Cristo fugiu.
Rita Bertrand, 41 anos, Lisboa
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