Comeu morangos, por serem da cor do sangue. E avermelhou.
Bebeu água, por ser a origem da vida. E inchou.
Imaginou contas, para estimular o pensamento. Ganhou uma
cabeça.
Deslizou na folha, a caminho do mundo. Cresceram-lhe duas
mãos.
Com uma, agarrou um A. Transformou-o num amigo.
Com a outra, apanhou um E. Que se tornou espelho.
Olhou-se: vivia, mas não parecia gente.
Arrumou tudo nos cantos e foi jogar à bola.
Rita Bertrand, 41 anos, Lisboa
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