27/04/14

O apelido da alma

O banco é de madeira. Antigo. Preso ao chão.
O homem é daquilo que é feito um homem. Muito antigo. Preso à vida.
Parecem um só.
O sol cresce para o dia enquanto o Tejo desliza num espelho de luz.
Aqui viu o pai mergulhar para a morte. Aqui chorou tristezas de filhos. Aqui perdeu uma mão cheia de sonhos, gastos no medo. Aqui seu apelido foi ficando preso em arame farpado.
Seu apelido? Ou sua alma?

Fernanda Elisabete Gomes, 58 anos, Lisboa  
Desafio nº 60 – apelido preso no arame farpado (frase obrigatória)


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