Normalmente
não ficava nenhum papel no chão dos escritórios que limpava. Naquele dia, um
papel amarrotado com violência e atirado para o caixote, deixara-se cair
irreverentemente na carpete.
Seria
um sinal? Ficou a olhar o papel amarfanhado e espezinhado, metáfora da sua
vida. Tal como ele, sentia-se atirada ao lixo sempre que o marido se zangava
com o mundo.
Não
voltaria a casa!!!
Foi
com o corpo amachucado mas de coração desenrugado, que entrou na nova vida.
Ana
Paula Oliveira, 53
anos, São João da Madeira
Desafio nº 68 – imagem de uma folha
amarrotada
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