Ninguém poderia prever que a sua vida se
desmoronasse como um castelo de cartas. Desde o fatídico dia, em que se vira
sozinho neste mundo, lutando contra a maré, tudo caíra por terra. Sem trabalho,
contas amontoando, depressa desgastou seus sonhos, entrando num espiral
colapso. Hoje, num fugaz assomo, ao vê-lo, válido, legítimo, portador de dois
braços de trabalho, doeu-me a sua dor, afligiu-me sua mendicidade, a qual
teimava em torná-lo no nada em que se transformara.
Graça Pinto, 56 anos, Almada
Desafio nº 74
– nada em que se transformara
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