09/12/14

Quando o Natal acaba

O frio crescia tanto quanto a comida escasseava. Deambulavam, enxotados, por quintais de casas repletas de conforto interdito. Uma cadeira, almofadada e escondida da geada, tornava a noite sorridente; desperdícios de comida eram um banquete delicioso.
Natal. Os humanos empanturravam-se de caridade: uma porta abriu-se. Deslumbraram-se: tanta comida, lugares fofos para se enroscar ronronando de prazer no quentinho da lareira e nos mimos da família. O Natal passou, eles cresceram.
Foram quase felizes, num sempre muito pequeno.

Maria José Castro, 54 anos, Azeitão

Desafio nº 79quase felizes, num sempre muito pequeno

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