11/06/15

A voz doce

Quanta vez se cruzou com ela no metro sem prestar atenção. Embora essa mulher, vestida de ruína, o cumprimentar todas as manhãs. Gentilmente, com peúga vermelha na mão, pedia para depositar uma esmola. O relojoeiro passava zangado, resmungando que não tem dinheiro em excesso. Não há justiça, enquanto ele tem de trabalhar para cada tostão. Há outros que vivem uma vida de ralo sem fazer nada. 
"Desculpe-me, ao passar, deixou cair a carteira", diz uma voz 
doce.

Theo De Bakkere, 62 anos, Antuérpia Bélgica

Desafio RS nº 26 – 7 palavras impostas em 7 frases de 11 palavras

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