As manchetes sucediam-se num charivari irreflectido. O
alarme grave do bom senso disparava, mas sempre uma frágil ortodoxia se sobrepunha.
Passava o tempo sem que aquela parte do mundo afirmasse sem enviesamentos o seu
indisfarçável temor. O europeu mais lúcido percepcionava o fim da ilusão que em poucas décadas inebriou a
sua geografia exemplar. O clarão da
democracia e da paz permitiu-lhe os mais arriscados cinismos, os mais
desvelados descuidos. Até que a porta
bateu. Com força.
António Correia de Matos, 29
anos, Lisboa
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