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Poupanças em tempo de crise
“Grão a grão enche a galinha o papo”, pensava ele, sempre que conseguia juntar uma pequena quantia à conta. Era costume antigo, ensinado pelo avô, no tempo do porquinho mealheiro.
A custo, tinha juntado um pé-de-meia para a velhice.
Mas, inexplicavelmente, viu a reforma cortada, as despesas grandes demais. Esgotou as economias.
Lembrou-se novamente do avô: “Quem deve a Pedro e paga a Gaspar, volta a pagar”.
Mas tinha certeza de que nada devia a nenhum deles.
Palmira Martins, 59 anos, Vila Nova de Gaia
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