Lanço o último olhar para
dentro da sombria habitação. O silêncio transtorna-me. O frio, entristece-me.
Uma janela bate com o vento, trazendo o eco consigo. Não há lágrimas, apenas
desgosto. Apenas vazio. Sinto-me perdido e tenho medo. Medo de acabar só, sentado
numa habitação vazia olhando por uma janela baça, à espera que o tempo passe.
As ervas crescem sem sentimentos, apagando o fio de vida que por ali passou um
dia. Um fio de vida meu.
Tomás Borges de Castro, 42 anos,
Cascais.
Desafio nº 98 –
fotog de P Teixeira Neves
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