– Sabes, pá, aquela
casa onde morava?
– Óbvio, sim, sei.
– Imagina, pá, afinal
o senhorio falsificava os recibos, pá!
– Óbvio, e tu…
– Óbvio como? Já
sabias, pá?
– Não, óbvio, ficaste
em maus lençóis, óbvio.
– Pá, ficamos os
dois, pá…
– Óbvio, foi
complicado?
– Mas para ti, pá, é
óbvio eu pagar, pá, pela trafulhice dele?
– Óbvio que não.
– Pensei, pá, que
estavas do lado dele.
– Óbvio… sobrou para
ti?
– Claro, pá!
– Era óbvio. Já
resolveste? Óbvio?
– Claro, pá! Óbvio.
Amélia Meireles, 62 anos, Ponta Delgada
Desafio nº 48 – diálogo em que uma personagem tem um tique de linguagem
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