Esperava-o na ponte. Acenava-lhe ao vê-lo atravessar o ribeiro no seu cavalo alazão. Ele ignorava-a. Tímida, guardava para si a deceção. Contaram-lhe que ele vivia ali desde que o desastre o cegara. Resolveu arranjar coragem para lhe falar. Treinou palavras, frases,respostas... Vestiu-se como se ele pudesse adivinhar as cores garridas da saia e do «baton».
Quando ele passou, faltou-lhe a
coragem. Acenou-lhe apenas, e assim continuou a fazer até ao dia em que ele não
voltou.
Isabel Lopo, 69
anos, Alentejo
Desafio nº 97 – galinha de encontro
ao vidro
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