OUVIR o
programa!
Sempre que podia, saía para fumar um cigarro e disfarçar aquele fedor das lotas e ouvir outras vozes que não fossem as das peixeiras tolas gritando altos pregões para pescar clientes à solta. Sabia-lhe bem aquele cigarro da manhã que se fazia coincidir com o recreio da escola ao lado. Gostava de ver o salto do fumo adulto contornando os altos toldos ao ritmo da correria infantil de gazelas loucas. Sabia-lhe bem recordar a criança que fora.
Paula
Cristina Pessanha Isidoro, 34 anos,
Salamanca
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