Não dormia.
Queria ser sempre amável.
Todos lhe pediam ajuda, favores, atenção.
Sorria, dizia amavelmente que sim; depois,
preocupada, angustiava-se.
Um dia murmurou um «não»; todos fingiram nada ter
ouvido.
Foi perdendo a voz, a carne, a cor; ficou quase
transparente, invisível.
Desapareceu em ação.
Onde estava o garantido «sim»?
Poderia ela regressar e manter a tradição?
A pessoa amável, a quem pediam favores, respondeu
finalmente.
O que disse, mudou-lhe a vida; articulou
educadamente um sonoro «não».
Ariana Amorim, 45 anos,
S. Domingos de Rana
Desafio RS nº
32 – a arte de dizer não
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