Todas as manhãs chegava aqui. Esta
janela verde da minha infância. Por vezes azul, quando o tempo, pintado de
verão se espraiava pelo meu olhar. Outras, alaranjava-se de ouro em cada folha
de outubro, lá fora, no jardim. Dos cinzas prateados do inverno transmutava-se
de novo em promessas de turquesa e água, anilando-se na íris-flor dos nossos
olhos.
A janela desapareceu. Porém o seu espaço
cresceu dentro de mim e permaneceu verde. Sempre. Eternamente aberto ao sol.
Paula Coelho Pais, 54 anos, Lisboa
Desafio nº 18 – palavras proibidas: não que mas pois como verbos: estar + ser
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