A mulher sentou-se no comboio ao lado dum jovem. Na rádio, uma notícia
sobre refugiados. Simultaneamente, uma lágrima escorregou-lhes pelo rosto.
Olharam-se.
– Porquê essa lágrima?
– Também já fui refugiado, perdi-me da
minha mãe quando fugimos – respondeu o jovem, arregaçando as mangas devido ao
calor.
A mulher estremeceu…
Aquele sinal no braço era inconfundível.
Há vinte anos, eles, mãe e filho refugiados, na confusão da fuga, seguiram
caminhos diferentes.
Destino? Talvez… importante é agora
estarem juntos de novo.
Domingos Correia, 58 anos, Amarante
Desafio Escritiva nº 5 – cruzar comboios
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