Encontrava-a todos os dias no mesmo
local, antes do início das aulas da manhã. Passava por ela. Nada lhe dizia.
Rapariga estranha, aquela, sempre sozinha, e absorta num mundo, que,
aparentemente, ninguém conhecia. De início, a minha curiosidade era mais forte.
Pensara aproximar-me dela, meter conversa, saber, pelo menos, o seu nome. Não
tive coragem. Não sei porquê. Talvez porque o seu aspeto físico, de preto,
com tatuagens e piercings, acabara por impor uma barreira entre nós.
Maria Clara Almeida, 45 anos, Tomar
Desafio nº 109
– solidão no meio de gente
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